Agronegócio ganha Laboratório de Nanotecnologia.

      O agronegócio brasileiro responsável por cerca de 30% do Produto Interno Bruto (PIB) conquista mais um passo para o fortalecimento da agricultura tropical. No dia 17 de abril, foi lançado o Laboratório Nacional de Nanotecnologia para o Agronegócio (LNNA), no qual serão investidos recursos de R$ 4 milhões. A iniciativa pioneira é da Embrapa Instrumentação Agropecuária (São Carlos-SP), unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, que com esta ação pretende impulsionar as pesquisas no setor agropecuário e garantir sua competitividade.
A cerimônia de lançamento contará com a presença do diretor-presidente da Embrapa, Silvio Crestana, e do pesquisador da Embrapa Instrumentação Agropecuária, Luiz Henrique Capparelli Mattoso, que desde o ano passado está desenvolvendo pesquisas com nanotecnologia nos Estados Unidos, entre outras autoridades.   


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Créditos - Embrapa



      O Laboratório Nacional de Nanotecnologia para o Agronegócio ocupará uma área de 700 metros quadrados e será vinculado a Embrapa Instrumentação Agropecuária. Apoiado pelo Ministério da Ciência e Tecnologia por meio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), o LNNA deve iniciar as atividades imediatamente com a aquisição de equipamentos, sendo a maior parte importada, planejamento das ações e a organização de uma Rede de Pesquisa em Nanotecnologia para o Agronegócio. A previsão para o recebimento dos primeiros equipamentos é de quatro meses.

O chefe-geral da Embrapa Instrumentação Agropecuária, Ladislau Martin Neto, considera o LNNA um marco na consolidação de uma infra-estrutura de equipamentos avançados e dedicados a Nanotecnologia, que colocará o Centro em posição ímpar no país em um tema de destaque como o agronegócio e no qual já vem realizando pesquisa desde 1997, com a aquisição do Microscópio de Força Atômica, avaliado em cerca de US$ 160 mil.

As principais linhas de pesquisas que serão contempladas pelo LNNA incluem o desenvolvimento de sensores e biossensores, aplicados ao controle de qualidade, certificação e rastreabilidade de alimentos; caracterização e síntese de novos materiais, como polímeros e materiais nanoestruturados com propriedades específicas; filmes finos e superfícies para fabricação de embalagens inteligentes, comestíveis e superfícies ativas; nanopartículas, compósitos e fibras para o desenvolvimento de materiais reforçados, usando produtos naturais, como fibras de sizal, juta, coco e outras para aplicações industriais; nanopartículas orgânicas e inorgânicas para liberação controlada de nutrientes e pesticidas em solos e plantas, de fármacos para uso veterinário; nanobiotecnologia- para caracterização de material genético e nanomanipulação gênica; caracterização de materiais de interesse do agronegócio para obtenção de informações inéditas sobre partículas de solos e plantas, bactérias e patógenos de interesse agrícola.

Além das atividades de pesquisas, o Laboratório Nacional de Nanotecnologia para o Agronegócio funcionará em forma de "facility" para colaborações científicas e prestação de serviços para instituições públicas e iniciativa privada.

Embrapa (http://www.embrapa.br), consultado em 21 de abril de 2006.