Policiais prenderam na noite desta terça-feira (22) três suspeitos de
participação em casos de sequestro-relâmpago nas regiões de Higienópolis
e Tatuapé, em São Paulo. Um dos detidos é a jogadora de futebol Joyce
Costa Souza dos Santos, de 27 anos, segundo o delegado William Wong, da
Delegacia Antissequestros (DAS).
A atleta chegou a disputar o Mundial sub-20 em 2008 pelo Brasil,
segundo informações do site da Fifa. No site da Federação Paulista de
Futebol, ela consta como contratada pela Portuguesa até dezembro deste
ano. O último jogo que ela disputou pelo clube foi em julho, pelo
Paulista Feminino Amador.
O diretor de futebol feminino da Portuguesa e técnico do time feminino do clube, Prisco Palumbo, disse ao G1 ter recebido com surpresa a ligação de policiais civis, nesta quarta-feira (23), avisando sobre a prisão da jogadora Joyce. "Ela é uma líder", afirmou sobre o comportamento da jogadora na equipe de futebol feminino.
Durante as investigações de casos de sequestros-relâmpago, a polícia
desconfiou da mulher e de outro suspeito, um homem de 23 anos. A
polícia, então, acompanhou os dois e diz ter flagrado a dupla com os
cartões bancários de uma vítima. Os dois foram detidos em flagrante em
um supermercado na Avenida Ricardo Jafet, região da Saúde, na Zona Sul
de São Paulo.
A vítima deste sequestro-relâmpago foi abordada no Largo Santa Cecília
por duas pessoas que estavam armadas. Mantida refém no próprio carro,
ela foi levada para a Vila Mariana, onde foram realizados saques,
segundo a polícia.
A vítima foi, então, liberada e os suspeitos seguiram para o
supermercado com os cartões roubados, onde acabaram presos, ainda
segundo informações da polícia. A motorista não ficou ferida e a polícia
diz que ela reconheceu Joyce e o outro detido.
A terceira suspeita, de 29 anos, foi presa ao visitar a namorada Joyce
na delegacia. Segundo a polícia, ela estava com um celular comprado com
dinheiro das vítimas de sequestro.
O delegado diz que jogadora de futebol "comandava a quadrilha", apesar
de ela não ter antecedentes criminais. Segundo a polícia, era Joyce quem
abordava as vítimas e, enquanto elas eram mantidas reféns por algum
comparsa, a jogadora sacava dinheiro ou fazia compras com os cartões. A
polícia diz ter confirmação da participação dela em pelo menos três
casos. Um quarto suspeito de participação nos sequestros é procurado.
Segundo o técnico da atleta, Prisco Palumbo, Joyce "é da equipe da
Portuguesa. Jogamos em Santa Catarina e voltamos na terça-feira. Foi uma
surpresa para mim quando o delegado ligou contando da prisão. Ela está
no elenco do time no Campeonato Brasileiro", diz.
"Joyce foi convocada para o último jogo, mas não jogou. Na verdade ela é
uma líder, já passou por diversas equipes, Corinthians, Palmeiras, São
Caetano, Seleção Brasileira, já é uma jogadora madura. Deve ser até o
último ano dela como jogadora. Nunca soube nada dela, é uma surpresa
para mim", disse Palumbo.
A relação dela com o técnico Palumbo já dura cinco anos. "Ela está
comigo desde 2011. Ela saiu apenas durante um ano, em 2013, quando jogou
pelo São Caetano", disse ele.
"Arrumei um emprego para ela em um posto de combustível. Ela ficou três
anos lá e nunca recebi uma reclamação, sempre foi elogiada. Foi uma
triste surpresa a prisão dela", afirmou Palumbo.
O técnico disse que vai analisar o que pode fazer para ajudar a atleta.
"Ainda não coloquei a cabeça no lugar. Vou verificar, com calma, o que
posso fazer, arrumar um advogado para ela, não sei se a família vai dar
amparo. A Portuguesa, como clube, não acredito que vá acompanhar o caso.
Vou chamar um advogado amigo para fazer alguma coisa por ela, pois
gosto dela."
Fonte. G1