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O principal autor dos atentados terroristas em Paris, o
belga Abdelhamid Abaaoud, foi morto nessa quarta-feira (18) durante uma
ação policial em Saint-Denis, na região metropolitana de Paris, de
acordo com a Procuradoria da capital.
O homem de 28
anos é acusado de orquestrar os ataques com armas e bombas da última
sexta-feira (13), que deixaram 129 pessoas mortas na França.
O comunicado emitido pela Procuradoria de Paris afirma que
“Abdel Hamid Abaaoud acaba de ser formalmente identificado, após
comparação de digitais, como um dos mortos na ação policial. Foi o corpo
que descobrimos no prédio, alvejado por balas”. O órgão informa não ser
possível saber, ainda, se ele foi morto ou se detonou no momento da
ação.
Na ação policial dessa quarta-feira (18), além
de Abaaoud morreu também uma mulher que portava um cinto com explosivos e
se explodiu no momento em que seria capturada. Há suspeita de que
ela seria prima do terrorista.
Rumo das investigações
Inicialmente,
se especulava que Abaaoud estaria na Síria no momento do massacre de
sexta-feira, mas as investigações mostraram que o homem planejou os
atentados em um apartamento em Saint-Denis, município ao norte de Paris
onde está localizado o Stade de France, um dos alvos dos ataques
terroristas, ao lado do qual três terroristas suicidas se explodiram
antes do massacre ocorrido na cidade.
A ação da quarta-feira
ocorreu após a polícia ter recebido uma denúncia de que haveria, ainda
nesta quarta-feira, um novo ataque terrorista na cidade, desta vez em La
Défense, área bastante movimentada na parte central de Paris.
Quem era Abdelhamid Abaaoud
Abdelhamid
Abaaoud era filho de imigrantes muçulmanos de Molenbeek. Seu pai, Omar,
um marroquino instalado em Bruxelas há 40 anos, se orgulha de ter
chegado ao país como mineiro e conseguido comprar uma loja de roupas,
onde Abaaoud trabalhava a seu lado.
Abaaoud adotou o
nome religioso de Abou Omar Soussi e se juntou aos combatentes radicais
na Síria no começo de 2013. Seu nome ficou conhecido na Bélgica um ano
mais tarde, quando o pai revelou à imprensa que Abaaoud teria doutrinado
e levado à Síria o irmão de 13 anos, Younes.
Abaaoud sorri em vídeo no qual leva corpos de vítimas do terrorismo a uma vala comum
Pouco depois, o jihadista foi identificado em uma série de
vídeos macabros publicados em redes sociais, nos quais aparece
sorridente ao volante de uma caminhonete que reboca cadáveres mutilados
de civis assassinados pelo grupo autodenominado Estado Islâmico (EI).
O
nome dele voltaria a aparecer nos noticiários em janeiro deste ano,
citado como cérebro de uma célula terrorista desmembrada na cidade belga
de Verviers que estava ponta para cometer um atentado de grandes
proporções contra as forças de segurança do país. O episódio ocorreu uma
semana depois dos atentados contra o jornal satíricoCharlie Hebdo e um
supermercado judeu em Paris.