O maior acidente nuclear da História do mundo...

DESASTRE NUCLEAR
O maior acidente nuclear da História do mundo foi provocado por um teste que exigia a quebra de regras de segurança elementares. Chernobyl completa 25 anos nesta terça-feira, 26, mas as consequências deste desastre ainda são difíceis de medir. O diretor da usina na ocasião da tragédia, Viktor Bryukhanov, ficou preso por dez anos, acusado de negligência, e afirma que o mundo ainda não entendeu qual a direção que deve tomar no caminho por alternativas energéticas.
Ambientalistas e grupos que se opõem ao uso da energia nuclear tratam o acidente em Chernobyl como um fator contra a utilização desta energia como um todo. Essa ideia não se confirma, se as causas do acidente forem analisadas. A história e as tecnicalidades a respeito da construção da usina ucraniana mostram que o ocorrido não se repetirá.


Imagem feita pelo fotógrafo da usina de Chernobyl, Anatoliy Rasskazov, poucas horas após a explosão no reator 4, mostra uma coluna de vapor radioativo saindo da instalação. O fotógrafo foi exposto a 12 vezes o máximo aceitável de radiação naquela época. Morreu dezenove anos depois, lutando contra o câncer e doenças sanguíneas
Apesar do vazamento na usina japonesa Fukushima, que aconteceu em março deste ano, já ter atingido o nível máximo de gravidade na escala internacional, se equiparando ao acidente de 1986, as causas deste episódio, uma catástrofe natural, impossível de se evitar, provam que Chernobyl foi uma exceção. O reator número quatro que explodiu estava situado num simples galpão industrial, sem quaisquer das proteções necessárias, e, portanto, incapaz de conter uma possível emissão de gases. A maneira como se deu a construção da usina contou com erros causadores da explosão.
O sarcófago, uma espécie de vaso de contenção em volta do reator que foi feito após o acidente para minimizar os efeitos do acidente, deveria ter sido construído junto com a usina, como o Ministério da Ciência e Tecnologia explica em seu site. Mesmo assim, a cúpula já apresenta sinais de desgaste, pois foi feito de concreto e chumbo. A estrutura deveria ser de aço especial, com dez centímetros de espessura, deveria ainda estar coberto por camada de concreto armado com cerca de um metro de espessura, capaz de aguentar um impacto direto de algo como uma bomba atômica ou um avião Jumbo. Por isso, uma nova “armadura” está em planejamento para guardar o material radioativo por mais 100 anos. Noventa e cinco por cento do material radioativo ainda está no local.
Sem a proteção necessária, o reator liberou uma quantidade de material radioativo quatrocentas vezes maior do que o das bombas lançadas sobre Hiroshima e Nagasaki, para por fim à Segunda Guerra Mundial. A evacuação das comunidades vizinhas à usina também demorou a acontecer, o que agravou os efeitos do desastre. Enquanto a cúpula de proteção estava sendo construída, o número de óbitos e anomalias indicava a dimensão da tragédia. Cerca de 600 mil pessoas trabalharam na operação de limpeza, a maioria delas foi afetada pela radioatividade.
As estimativas sobre o número de pessoas que morreram ou ainda vão morrer em consequência do acidente variam muito. As Nações Unidas preveem que até nove mil mortes por câncer estejam ligadas a Chernobyl. Mas um relatório do Greenpeace estima que esse número chegue a 93 mil, e que outras doenças também decorrentes do acidente podem elevar esse número para 200 mil.
Mais de 250 mil pessoas foram retiradas permanentemente da área próxima ao reator destruído. A área, em um raio de 30 quilômetros em torno do reator, tinha acesso restrito até o ano passado. Recentemente, o governo da Ucrânia abriu o local à visitação turística.
Veja fotos tiradas em 2010 do local:

Supermercado da cidade

Entrada da área afetada

Escola da cidade
Máscaras no chão da usina