Não foram só as conversas entre amigos e familiares que ficaram prejudicadas desde a a madrugada desta quinta-feira com o bloqueio do WhatsApp.
Diversos setores que utilizam o aplicativo para facilitar o trabalho,
tanto na comunicação entre funcionários ou até com os usuários, já
começaram a sentir o impacto da decisão judicial e estão buscando meios
alternativos para manter a velocidade e agilidade na troca de mensagens.
Justiça de São Paulo determina bloqueio do WhatsApp por 48 horas em todo o país
"Decisão do juiz de suspender o WhatsApp é inconstitucional", diz advogado da OAB/RS
"Decisão do juiz de suspender o WhatsApp é inconstitucional", diz advogado da OAB/RS
Acostumados
a receber informações sobre o trânsito e chamados de clientes pelo
aplicativo, os taxistas estão entre as categorias que mais se mostram
incomodadas. Christian Oliveira, 38 anos, afirma que os prejuízos já
podem ser sentidos desde as primeiras horas do dia:
— Tenho
dezenas de clientes que me chamam frequentemente pelo whats, e por ali
mesmo eu aviso eles se estou ocupado, onde estou ou quanto tempo vou
levar para buscá-los. Agora, me sinto meio perdido. A solução vai ser
ligar para as pessoas, mas nesse caso a gente gasta créditos, o que não é
bom.
Christian
também utiliza diariamente o serviço em um grupo formado por colegas
para trocar informações sobre as condições do trânsito, para pedir ajuda
quando fura um pneu, por exemplo, e até para combinar eventos. A
prática, hoje tão comum entre taxistas, agora volta a ceder espaço ao
rádio e às ligações.
Bloqueio prejudica estratégia policial na Cidade Baixa, diz capitão da PM
O
uso do telefone também está sendo uma das estratégias da Brigada
Militar para tentar manter a rapidez na troca de informações entre
policiais e cidadãos. Conforme o capitão Fernando Maciel, do 9ª Batalhão
da Polícia Militar (BPM), o bloqueio do WhatsApp está prejudicando uma
das estratégias mais eficazes de policiamento no bairro Cidade Baixa.
Há
cerca de um ano, Maciel criou grupos para receber informações de
policiais e moradores sobre ocorrências na região.
— O pessoal
começou a avisar por ali sobre situações de perturbação do sossego,
sobre indivíduos suspeitos e até mesmo sobre furto e arrombamento de
veículos. Como é em tempo real e todos participam, conseguimos deslocar
policiais mais próximos para a região apontada pelo morador — explica o
capitão.
A
estratégia deu tão certo que, atualmente, são mais de 300 participantes
nos grupos. Enquanto o serviço não volta a funcionar, a recomendação de
Maciel é de que os moradores voltem a ligar para o tradicional 190 ou
para a sede do batalhão para passar informações.
— É o que dá pra
fazer por enquanto, mas o tempo entre a troca de informações é maior
pelo telefone, algo que estávamos reduzindo muito com o aplicativo. Sem o
WhatsApp, ficamos com uma sensação estranha, como um vácuo. As coisas
podem estar acontecendo e não sabemos — resume.
Já a Polícia
Rodoviária Federal (PRF), que utiliza o aplicativo diariamente para
divulgar ocorrências à mídia e aos cidadãos, decidiu recorrer ao e-mail
para tentar não perder a velocidade no repasse de dados. Conforme o
chefe de Comunicação da PRF-RS, Alessandro Castro, o aplicativo começou a
ser usado em 2013 como forma de trocar informações sobre ocorrências e
de enviar os dados à imprensa.
— Vimos que essa é uma forma
de aumentar muito a velocidade na comunicação, e passamos a usar os
grupos de WhatsApp para receber avisos de colegas que estão na rua, e
para repassar os dados à sociedade. Desde esta manhã, decidimos apelar
ao e-mail. Vamos ver o resultado ao longo do dia — explica Castro.
Fonte:http://zh.clicrbs.com.br/rs/noticias/noticia/2015/12/como-o-bloqueio-do-whatsapp-impactou-a-rotina-de-taxistas-e-policiais-4932777.html
Fonte:http://zh.clicrbs.com.br/rs/noticias/noticia/2015/12/como-o-bloqueio-do-whatsapp-impactou-a-rotina-de-taxistas-e-policiais-4932777.html