Governo mantém PEC dos Salários e fica sem acordo com sindicatos

Sindicatos amapá reunião governo do amapá (Foto: Divulgação/Decom/Alap).

A segunda rodada de negociações entre o governo do Amapá e servidores públicos terminou sem acordo em relação à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do estado que muda do quinto para o oitavo dia útil o pagamento do funcionalismo.

O Estado manteve a proposta de votar na Assembleia Legislativa a PEC dos Salários para evitar o parcelamento dos vencimentos dos servidores públicos praticados desde março.

A intenção é pagar salários com a soma dos repasses federais recebidos até o décimo dia no mês seguinte ao trabalhado. Os sindicatos recusaram e provocaram uma terceira reunião para 27 de maio com o governador Waldez Góes (PDT) e demais poderes.

O segundo encontro ocorreu na sexta-feira (13) no Palácio do Setentrião, sede do governo, com mais de 20 sindicatos, Tribunal de Justiça do Amapá (Tjap), Tribunal de Contas do Estado (TCE), Ministério Público (MP) e Assembleia Legislativa (Alap). Na primeira reunião, realizada em 5 de maio, os deputados estaduais se comprometeram em segurar a votação da PEC enquanto estado e servidores chegarem a um acordo.

Durante a reunião, o Sindicato dos Servidores do Grupo Administrativo do Estado do Amapá (Sinsgaap) propôs que o dinheiro repassado aos poderes fosse o arrecadado pelo governo e não o que está no orçamento.
"Não é essa a realidade. O que o estado arrecada é muito menor do que foi previsto no ano passado e esse déficit não foi repassado para ninguém", comentou o presidente do Sinsgaap, Mauro Oliveira.

O presidente do Sindicato dos Servidores da Saúde (Sindsaude), Ismael Rodrigues, avaliou que a categoria saiu da reunião com sensação de frustração pela falta de acordo entre os funcionários públicos e o governo.
"Ainda vamos avaliar com a diretoria se faremos uma assembleia com a categoria sobre o que discutimos na reunião. Saímos de lá frustrados", disse.

PEC dos Salários
 
A medida de estender do quinto para o oitavo dia útil o prazo limite para pagar, segundo o governo, é decorrente da queda das receitas de repasses federais e busca suspender o parcelamento dos salários, praticado desde março.

No dia 28 de abril, quando a matéria foi apresentada ao parlamento, a sessão foi suspensa por meia hora depois que o presidente do Sindicato dos Servidores Públicos em Educação do Amapá (Sinsepeap), Aroldo Rabelo, usou a tribuna e falou que os rostos dos deputados seriam estampados em outdoors caso votassem a favor.

O parlamentar Jaci Amanajás (PV) rebateu afirmando que os deputados não poderiam ser ameaçados e gerou revolta entre os professores que acompanhavam a sessão nas galerias.

Após ser lida por três vezes em plenário, a Proposta de Emenda à Constituição do governo foi alterada a pedido de oito deputados. A matéria original propunha mudar do quinto para o oitavo dia útil o depósito dos salários, por tempo indeterminado. Na emenda aderida pelos parlamentares, a sugestão é fixar o limite de oitavo dia útil até dezembro de 2016.