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Pernambuco
servirá, novamente, de modelo em ações para tratar a microcefalia
associada ao vírus da zika. Dessa vez, a intenção é criar um plano de
ação global sensorial e de apoio às crianças e suas famílias. Para isso,
o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) enviou um de seus
consultores, na manhã desta quinta-feira (26), para entender o que está
sendo feito na Fundação Altino Ventura e no Hospital Oswaldo Cruz, no Recife.
A entrega desse documento ainda não tem data definhada. Porém, de
acordo com o consultor Koenraad Vanormelingen, a Univef pretende
elaborar o plano o quanto antes. “Não temos tempo a perder. Nunca iremos
recuperar um dia perdido na vida dessas crianças”.
Fundação atende cerca de 130 bebês por semana
(Foto: Thays Estarque/G1).
(Foto: Thays Estarque/G1).
Ele já adianta que o plano deverá conter três esferas: a continuidade
do acompanhamento em casa, centros de saúde capacitados para atender
essas crianças e a descentralização dos centros de referência.
“A grande maioria dos estímulos não precisa ser feitos por
especialistas. Mas, precisamos organizar uma hierarquia de cuidados.
Nossa preocupação é com os municípios mais pobres e com a falta de apoio
a essas crianças e famílias que moram nesses lugares.
O desenvolvimento
dessas crianças vai depender do atendimento e do acompanhamento. Vimos
aqui pessoas que viajam cinco horas para serem atendidas. Temos que
encontrar uma solução para descentralizar esse apoio”, pontua.
Durante a visita à fundação, o consultor não se ateve apenas a circular
pelas áreas de terapia sensorial. Ele ainda conversou com os
profissionais e deu dicas para as mães.
“Ele falou comigo. Perguntou o estado da minha filha e deu dicas para
mim de como estimular mais, pediu para eu continuar o que é feito aqui
em casa. Espero que ele leve essa experiência para mães em todo o
mundo”, comenta a dona de casa Inabela Souza, mãe da pequena Graziela
Vitória, de seis meses.
Cerca de 130 bebês portadores da malformação são atendidos por semana
na Fundação Altino Ventura, segundo a presidente Liana Ventura. “É
importante que a Unicef esteja chegando perto e tocando nas
necessidades, ouvindo as mães e os pais, as instituições e
profissionais.
Essa adequação das politicas de atenção é muito importe e
precisamos estar juntos porque, caso contrario, pode haver lacunas e
quem sofre são as crianças”, destaca Ventura.