Caso Tim McLean

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30 de julho de 2008  – Um dia comum na linha de ônibus que fazia o trajeto de Edmonton (província de Alberta) para Winnipeg – Canadá. O jovem passageiro Tim McLean de 22 anos, havia trabalhado nas últimas 16 horas em uma festa e retornava para casa, aproveitando o trajeto para dormir enquanto ouvia música com fones de ouvido sentado na parte de trás do ônibus.

Em torno de 6:55 o ônibus faz mais uma parada em Monitoba, na qual embarcam dentre outros passageiros o imigrante chinês de nome Vince Wieguang Li.

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Ao embarcar, inicialmente Wieguang Li (alto, cabeça raspada e vestindo óculos escuros) sentou-se próximo ao motorista, (testemunhas relatam que o mesmo apresentava comportamento impaciente, falando em outro idioma sozinho); porém após alguns minutos, foi para o fundo, sentando-se ao lado de Tim McLean, que acordou, notou Li, porém voltou a dormir ouvindo música com a cabeça apoiada no vidro.
Sem qualquer motivo, Wieguang Li sacou uma faca e começou a esfaquear Tim no pescoço e tórax repetidas vezes, quase sem intervalos. Em seguida decapitou o rapaz e exibiu sua cabeça para os passageiros, que nesse momento estavam em pânico desenfreado correndo para a cabine do motorista. O ônibus parou, os passageiros correram para fora. O motorista juntamente a outros dois passageiros tentaram render Wieguang Li, porém este os ameaçou com a faca, enquanto carregava a cabeça da vítima desfilando pelo ônibus. Tendo sido deixado sozinho, começou a mutilar partes do corpo e da cabeça da vítima, enquanto comia pedaços.

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Aproximadamente às 8:30, a Polícia Montada do Canadá recebeu um chamado informando sobre o acontecimento, e encarregou uma equipe de policiais para o local. Ao chegarem, os policiais encontraram vários passageiros no acostamento vomitando e chorando em pânico, o motorista do ônibus munido com um pé de cabra e um motorista que havia parado para socorrer, portando uma barra de ferro, enquanto Wieguang Li continuava dentro do ônibus com o corpo da vítima. Em um dos momentos antes da chegada dos policiais, Li tentou empreender fuga com o ônibus, sendo impedido pelo motorista que acionou o módulo de segurança do automóvel pelo motor.



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Os policiais tentaram negociar a rendição, entretanto após cinco horas, Wiguang Li tentou fugir por uma janela quebrada, sendo pego imobilizado com um taser pela polícia. Em seus bolsos foram encontrados pedaços de carne da vítima, além de orelhas, nariz e língua. Após a montagem dos peritos, constatou-se que parte do coração e lábios da vítima haviam desaparecidos. Suspeita-se que Wiguang Li os comeu.
O julgamento começou em 3 de maio de 2009, Li admitiu-se culpado, pediu desculpas e pediu para ser morto; – sua defesa alegou insanidade, visto ser constatado quadro de esquizofrenia psicótica, foi preso em um hospital psiquiátrico de onde não poderia sair sem acompanhamento pelos próximos anos.
Segundo psiquiatras que o entrevistaram, Li acreditava no momento do assassinato estar perseguindo aliens, e a “voz de deus” ordenou ao mesmo que matasse Tim, pois McLean “era” um alien que faria mal ao mundo.
O psiquiatra após quatro anos de terapia com Li, relata que há o sentimento de arrependimento pela atrocidade, e que atualmente após tratamento medicamentoso, o mesmo expressou necessidade de perdão, embora admita que dificilmente isso acontecerá.

Na época dos fatos, a intitulada igreja do ódio, proveniente de um movimento americano, visou comparecer ao enterro da vítima para comemorar sua morte. Tamanha bizarrice se deve a preceitos que adotaram os quase cerca de 100 membros da malfadada seita, onde comungam dentre outras coisas, comemorar a morte de soldados americanos (considerado um castigo divino pela permissividade do EUA com questões homo-afetivas).
Passageiros do ônibus processaram a empresa por terem sido expostos a um assassinato. Outros passageiros denunciaram e processaram Vicent Wiguang Li, indenização chegando ao montante de 3 milhões de dólares, porém os denunciantes abandonaram o processo.
Considerado inocente por insanidade, Li passou por várias etapas no tratamento, incluindo podendo transitar e visitar Winnipeg sem supervisionamento. Mudou o próprio nome, para Will Baker, e tentou emprego.
Em 2012 Li foi definitivamente liberado, o que desencadeou protestos no Canadá.
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A mãe de Tim McLean denunciou a empresa de ônibus pois não foi assistida ou teve qualquer ajuda, inclusive se ressente criticando o fato de Li estar tendo tratamento enquanto à ela, tanto o governo, quanto a empresa de ônibus sugeriram que procurasse por conta tratamento psicológico.
A madrasta de Tim também se mostrou revoltada com os fatos, criticando abertamente o sistema penal canadense e os médicos que liberaram Li, chamando a decisão de “nojenta” e “terrível”.
Psiquiatras de Li foram precisos dando a estimativa de 0,8% do mesmo reincidir. A família da vítima se revolta com esse fato, considerando que é aceitável que as doenças psiquiátricas sejam desmitificadas, entretanto, dar precisão de 0,8%, quase uma certeza, como se o caso se tratasse de um milagre da psiquiatria forense, é no mínimo, questionável.
A família luta igualmente para modificar a lei canadense no que diz respeito a liberação de indivíduos que cometeram crimes, porém foram “Inocentados” devido a quadros de insanidade.

Tanto o motorista quanto os passageiros, foram indenizados (em um primeiro momento) somente com suas roupas, como o caso de um casal que acabou coberto por sangue durante o ataque.
Os passageiros que falam sobre os fatos, alegam que a empresa deu-lhes um telefone que depois parou de funcionar.
Alguns passageiros se tornaram alcoólatras, outros perderam os empregos, um deles teve um ataque uma semana depois do acontecimento, devido ao estresse pós traumático.