Para Nicolas Henin, jornalista francês e ex-refém do Estado Islâmico, os bombardeios que França, Estados Unidos e Rússia estão fazendo na Síria, são exatamente o que os terroristas desejavam. Em entrevista ao canal “Al Jazeera”, o jornalista garantiu que esses bombardeios estão fragilizando mais os civis sírios que o próprio Estado Islâmico, o que leva a que muitos sírios se juntem ao grupo por se sentirem mais seguros assim. “Os bombardeios aéreos estão ajudando a propaganda deles”, garante Nicolas Henin.

Refém do Estado Islâmico durante mais de 10 meses em 2013, Nicolas Henin é uma das pessoas mais qualificadas para falar sobre todos os mecanismos usados internamente pelo maior grupo terrorista do mundo. Para o jornalista francês, a decisão de França em bombardear a Síria um dia depois dos atentados em Paris, foi um enorme erro em todos os sentidos, fortalecendo ainda mais o Estado Islâmico.

“Eu acredito que estes bombardeios estão ajudando eles na propaganda. Eles sempre desejaram que as coisas subissem para esse nível, por isso é que eles fizeram esses atentados em Paris. Com os mísseis agora libertados, os civis estão sendo mais prejudicados que os próprios terroristas e procuram proteção junto deles.

Como têm feito  já há vários anos, o Estado Islâmico vai dizer aos civis que eles são a única organização que os pode proteger contra o resto do mundo. Dizem que são fortes e que ao lutarem ao lado dos terroristas vão se conseguir salvar”, contou Nicolas Henin em entrevista ao canal “Al Jazeera”.

Para o jornalista francês, que esteve nas mãos do Estado Islâmico durante quase um ano, a França, bem como os restantes aliados, têm que arranjar outro método de combate contra o terrorismo na Síria, pois assim correm o risco deles serem cada vez mais e mais perigosos. O grupo “Anonymous” poderá ser assim uma das melhores respostas, pelo menos para já, ao avanço declarado do Estado Islâmico para território europeu, que, tal como já avisou, diz que os atentados em Paris são apenas "o começo".