ALERTA AOS PROFISSIONAIS DA SAÚDE

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Quando um paciente chega ao hospital para receber um simples atendimento, pode ser vítima de uma via sacra com uma espera interminável, se deparar com pessoas despreparadas ou, algo ainda pior, não ter o atendimento humanizado que se espera de instituições que deveriam, em última instância, cuidar. Infelizmente, este é um retrato do cotidiano de vários dos hospitais brasileiros, onde os profissionais correm de um lado para o outro tentado cumprir suas jornadas, mas sem se preocupar com o principal: a pessoa. Todos focados e preocupados com a doença e nada com o próximo.
Os procedimentos médicos e os métodos do atendimento em saúde, na maioria das vezes, desconsideram as necessidades emocionais e psicológicas dos pacientes e seus familiares. O descaso no trato com o outro, salvo raras exceções, apresentam sua verdadeira face através da arrogância, do descaso, da falta de vocação, do desinteresse, do mercantilismo, da insensibilidade, da falta de preparo, entre outras injúrias. 
Dificuldades enfrentadas pelos usuários da saúde poderiam ser evitadas, quando o paciente passa a ser visto de forma humanizada; quando o trabalhador da saúde passa a enxergar o outro como um parente seu; quando passa a dar a devida atenção e ouvir, compreender, acolher e respeitar suas opiniões, suas queixas e necessidades imediatas.
Humanizar o atendimento em saúde deveria ser uma prioridade dos hospitais, pois quem lá está não o faz por que quer e, sim, por que necessita. Humanizar é investir em melhorias nas condições de trabalho dos profissionais da área de saúde e trabalhar a educação continuada sobre o tema. É esgotar com a equipe as possibilidades do paciente se sentir em casa, enquanto está no hospital. Isso é realmente possível! E é por essa razão que atualmente a humanização e o investimento no bem-estar do paciente vêm sendo objeto de intenso debate. Porém, a prática humanista só pode ser observada em alguns poucos hospitais.
O que vemos hoje é mais ou menos assim: “Aonde você vai?”, pergunta um. “Vou lá na dona do 505 pra ver a pressão dela!”, responde outro. Nomes não existem, somente números de prontuários e de apartamentos. Em outro setor, a enfermeira fala para o acompanhante: “Olha senhora, a gente aqui, no máximo, dá banho de leito. 
Eu não aguento o peso do seu marido!”. E em outro local, uma cena pode ser vista com muita frequência – a pessoa vai pedir algo ao técnico de enfermagem que está de plantão e logo vem a resposta: “Vou daqui a pouco!”. E a espera somente acaba quando há uma medicação a ser administrada. Volto a insistir, a doença se sobrepõe em importância aos doentes que querem, muita vezes, uma pequena atenção.

A assistência à saúde deve ir além da abordagem clínica do paciente, ela deve ser fundamentalmente humanista, e o profissional de saúde deve deixar de considerar somente a doença, passando a cuidar do doente, da pessoa, daquele que padece. Além do corpo físico, o paciente deve ser entendido de forma globalizada, em especial no campo do afeto, do apoio no momento da dor e uma atenção redobrada quando a fragilidade aperta. Fica o alerta a todos os profissionais  da saúde.