Farsa eleitoral na Argentina

 

O funcionário dos monopólios internacionais Mauricio Macri alçou-se à condição de novo gerente da Argentina em farsa eleitoral levada a cabo naquele país no dia 22 de novembro (segundo turno).

Vejam aqui mais um exemplo de como se dá a farsa eleitoral nos marcos da velha democracia: o cenário político-eleitoreiro levou à “polarização” entre Macri, peronista renegado, e Daniel Scioli, peronista; “opôs” o liberalismo econômico mais assumidamente vende-pátria ao oportunismo de retórica — e apenas retórica — “anti-imperialista”, mostrando mais uma vez que nada de bom para o povo pode sair do cretinismo sufragista semicolonial.

Como sempre acontece quando o candidato mais claramente, ou mais assumidamente, afinado com a agenda do imperialismo vence uma eleição da América Latina, as forças mais reacionárias do continente exultam. Assim, com a vitória de Macri na Argentina, já era esperada a redação de todos os órgãos do monopólio da imprensa no Brasil, que estão sempre prontos para reforçar o mito do “bolivarianismo” — porque só com muita confusão e mistificação é possível dar sobrevida às farsas eleitorais.

Na Argentina, o jornal La Nación, destacado órgão da grande burguesia local, comemorou a vitória de Macri contra o candidato de Cristina Kirchner publicando um editorial afobado no qual fez a apologia de Estado, agora livre da suposta “esquerda”, parar os processos contra os gorilas do gerenciamento militar naquele país (1966 a 1973).

Corajosamente, os próprios trabalhadores do jornal, gráficos e jornalistas, repudiaram publicamente e coletivamente o editorial, dizendo que a posição do jornal não refletia a posição da redação. Quem sabe não veremos em breve os mesmos trabalhadores repudiando toda a linha editorial antipovo e vende-pátria do La Nación.