Comissão do impeachment de Dilma: frases dos deputados sobre o parecer

Do G1, em São Paulo

Os deputados que fazem parte da comissão especial que analisa o impeachment da presidente Dilma Rousseff realizam nesta sexta (8) o debate do parecer do relator Jovair Arantes (PTB-GO).

Os parlamentares (tanto os 65 titulares como os 65 suplentes) podem discursar por até 15 minutos. Deputados não integrantes do grupo também podem pedir a palavra por 10 minutos.

O parecer é favorável à abertura do processo de afastamento da presidente.
Veja a seguir os posicionamentos (a favor ou contra o impeachment) e frases de cada um:

TITULARES DA COMISSÃO:

A favor (Foto: Arte/G1)
Evair Melo (Foto: Câmara dos Deputados).
 
Evair Melo (PV-ES) - ”A presidente do Brasil, além de inúmeros processos da qual é acusada, não tem por suas falas e expressões de gestos e pelos caminhos percorridos mostrado carinho, compromisso e nenhuma felicidade em estar no cargo, o que provavelmente lhe faz omissa nas decisões que esse governo toma. (...) Hoje o já escancarado caminho que foi percorrido e a reputação moral totalmente destruída não nos permitem, nos rigores da lei, deixá-la onde está. (...) Estou convencido do crime. Ele foi intencional, premeditado, conspirado, planejado e até, no pior dos mundos, em alguns momentos, comemorado.”
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Benito Gama (Foto: Câmara dos Deputados).
 
Benito Gama (PTB-BA)- "Em 1992, comparado com o atual momento político, administrativo, de gestão, foi uma festa de boneca. Hoje nós temos no Brasil uma degradação em todos os sentidos, da sociedade, do governo. E nós estamos sendo levados para o caos, não somentente nacional, mas internacional. (...) Quatro milhões de votos separam a presidente e o não eleito. E hoje 110 milhões de brasileiros são contra a maneira como a presidente governa este país. Por isso, relator, apoio total a seu relatório, relatório brilhante. Vossa Excelência não é advogado, eu conheço, é dentista. Mas com esse relatório e pelo assessoramento dos advogados da Casa, se tornou um 'adventista': advogado-dentista."
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Elmar Nascimento (Foto: Câmara dos Deputados).
 
Elmar Nascimento (DEM-BA) - "Quem vive no mundo real, e está acompanhando o que existe e acontece no nosso país, vê que pelo menos cinco dos incisos que impõe crime de responsabilidade passível de afastamento da presidente foram por ela cometidos. (...) Numa democracia amadurecida, a tolerância com o crime tem que ser zero. Se lá no passado tivessemos pedido o impeachment do presidente Lula quando houve a ação que julgou o uso de dinheiro público para compra de apoio parlamentar, nós talvez não estivessemos analisando esse pedido de impeachment hoje. A oposição errou no mensalão."

Contra (Foto: Arte/G1)
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Arlindo Chinaglia (Foto: Câmara dos Deputados).
 
Arlindo Chinaglia (PT-SP) - "Se nós precisamos de parecer de advogado é porque os fatos não são claros. Temos que agir com a convicção da legalidade da Constituição. Esse é um processo que vem de trás para frente. A bandeira do impeachment começou sem nenhum fato determinado. (...) Se nós estamos discutindo o resultado de um governo, governo ruim no presidencialismo não pode sofrer impeachment. É só com crime de responsabilidade. Uma presidente impopular, idem; desemprego, idem. São todos temas que nos preocupam. (...) Estamos em um momento crítico da vida nacional. (...) A sociedade está dividida.”
Jandira Feghali (Foto: Câmara dos Deputados).
 
Jandira Feghali (PC do B) - "O relatório do deputado Jovair Arantes não poderia sequer analisar uma denúncia arquivada. Não poderia dispor em 12 páginas situando item a item a parte arquivada da denúncia. Obviamente isso induz raciocínio. Aqui não tem menino, não tem criança. (...) Esse relatório é ilegal e inconstitucional. (...) Não há nenhuma violação à Lei Orçamentária que significaria crime de responsabilidade. (...) As defesas de Nelson Barbosa e José Eduardo Cardozo foram absolutamente competentes e brilhantes por desnudar a manobra, a manipulação e a tentativa de criar uma comissão para depois inventar o fato e o crime. (...) Se não há crime de responsabilidade, é golpe."
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Pepe Vargas (Foto: Câmara dos Deputados).
 
Pepe Vargas (PT-RS) - “A soberania popular do voto constitui um governo eleito. Impeachment sem crime de responsabilidade é golpe. (...) O artigo 85 da Constituição Federal define quais os crimes de responsabilidade que acarretam a perda do mandato presidencial. Não está dito lá que crise econômica é crime de responsabilidade. (...) Não estamos dizendo que o governo acertou 100%. A questão não é esta. A questão é: a presidente cometeu crime de responsabilidade ou não? E não cometeu. (...) As chamadas pedaladas fiscais também foram operacionalizadas em governos anteriores, e nunca o Tribunal de Contas da União entendeu que eram irregularidades."
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Wadih Damous (Foto: Câmara dos Deputados).
 
Wadih Damous (PT-RJ) - “O relatório integra o jogo político que está em voga no país, um jogo político rasteiro, e como peça jurídica é imprestável, de cabo a rabo. (...) O relatório é mais eloquente naquilo que ele não contém do que no que ele contém. No relatório não se ouve a voz da defesa. E isso está em voga nos dias de hoje, em que não há mais distinção entre o juiz e o acusador. Só vale para a Dilma, para o PT, só vale para Lula. O relatório é eloquente em não se ouvir a voz da defesa. (...) Um relatório que precisou de 150 páginas para mostrar que houve indícios.”
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Henrique Fontana (Foto: Câmara dos Deputados).
 
Henrique Fontana (PT-RS) - "O que está ocorrendo aqui é a tentativa de chegar ao governo do país sem voto. A partir de um grande acordão de elite. (...) Sei que nosso governo tem defeitos, sei que ocorreram casos de corrupção, mas tenho convicção que a presidenta Dilma é uma mulher honesta. (...) Agora não me digam que um dos políticos mais corruptos da história do Brasil terá legitimidade para liderar a tentativa de cassação do mandato de uma presidente honesta. Eduardo Cunha não tem condição ética e moral nem de continuar como deputado federal. (...) Digo ao relator, no vosso relatório é defendido um golpe de estado, porque não há crime de responsabilidade. Se querem governar, se preparem para ganhar eleições."
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Chico Alencar (Foto: Câmara dos Deputados).
 
Chico Alencar (PSOL-RJ) - "O pedido do impeachment está com alguns problemas congênitos. O primeiro deles de ter sido aceito depois de uma longa barganha com Eduardo Cunha. Os decretos de crédito suplementar, que Michel Temer também assinou, estão respaldados na legislação. As tais pedaladas (...) não se enquadram na lei de responsabilidade fiscal. Temos o dever de não aplicar golpe na verdade. Tenho visto aqui sessões extraordinárias de cinismo. Zelo com as contas públicas por quem diz nos corredores que orçamento no Brasil é peça de ficção. (...) Repúdio à corrupção por quem é acusado de ser beneficiários dela. A linha sucessória neste pais vai da má aos piores."
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Weverton Rocha (Foto: Câmara dos Deputados).
 
Weverton Rocha (PDT-MA) - "Não devem prosperar as alegações relativas ao mandato anterior. (...) Mandato presidencial vencido sem intauração de processo de impachment é página virada. (...) A proposta do relator de realizar reuniões para esclarecimento da denúncia é o reconhecimento de que a denúncia não está clara o suficiente. (...) É inadimissível que a situação de impopularidade de um governo possa insejar a perda do mandato. A denúncia está sendo processada com claras violações aos princípios constitucionais, posto que as denúncias são inconsistentes".


SUPLENTES:
A favor (Foto: Arte/G1).
 
Rogério Marinho (PSDB-RN) - "Esta é uma situação ímpar, não há registro na história do Brasil de tal degradação moral e econômica de um governo. (...) Nada escapa à sanha de aparelhamento do PT. (...) Hoje estamos num processo crescente de desindustrialização. (...) Este país tem dono, e o dono é o povo brasileiro, e não um partido. (...) Dilma rasgou a Lei de Responsabilidade Fiscal. O PT montou o maior esquema de corrupção já visto. Tudo voltado para garantir um projeto de perpetuação no poder.”

JHC (PSB-AL) - “Estamos aqui para promover justiça, e não vingança. (...) Aqui não vamos dividir o país, vamos fazer um debate democrático, respaldado tecnicamente, fundamentado juridicamente, e, obviamente, com viés político. (...) Esse país tem que ser passado a limpo. (...) A nação está sendo colocada em risco. Todos estão abaixo da lei, inclusive o presidente da República.”

Lelo Coimbra (PMDB-ES) - "A saída para reverter o quadro de paralisia da economia passa necessariamente por resolver a crise política. A presidente Dilma não reúne mais condições de governar. Não há mais legitimidade em seu governo, que se esvai desde o golpe eleitoral, quando ela apresentou um país que sabia não existir. (...) Seu governo perdeu a confiança da população, a credibilidade dos mercados e o apoio da base política. (...) A presidente Dilma arruinou a economia brasileira. Na luta contra seu afastamento a presidente prejudica ainda mais o país, chutando o balde fiscal, promovendo a maior xepa dos cargos públicos.”

Goulart (PSD-SP) - "No caso dos pagamentos dos juros junto ao BNDES, a União ficou quatro anos sem pagar um centavo. Esses atrasos configuram o uso do poder controlador da União sobre o BNDES e o Banco do Brasil. Tanto é que as equalizações previstas ao bancos privados eram pagos religiosamente. (...) Quanto aos créditos suplementares, o Executivo somente poderia abrí-los se fossem compatíveis com a meta de superávit do ano. (...) São fortes os indícios e gravíssimas as irregularidades na gestão das contas públicas. Isso não podemos desconsiderar."

Contra (Foto: Arte/G1)
Nenhum suplente contra falou ainda.

NÃO INTEGRANTES DA COMISSÃO:
A favor (Foto: Arte/G1) 
 
Vanderlei Macris (PSDB-SP) - "Acabam de falar que governos estaduais, especialmente um dos deputados falando do governo de São Paulo, editam decretos. O governo de São Paulo não tem banco público para assaltar. O governador Alckmin edita decretos e não tem banco público para sustentar as malandragens orçamentárias que foram feitas aqui nesse governo. (...) Nós estamos diante da maior rejeição de um governo da República. Ela é imensa. Diria até 'nunca vista na história deste país'. (...) A presidente foi eleita com base em uma campanha de ficção."

Onyx Lorenzoni (DEM-RS) - "Fiscalizar e controlar o orçamento público é um patrimônio da humanidade nas democracias. O PT quebrou esse princípio, por isso o crime de responsabilidade. (...) Esse patrimônio público foi flagrantemente desrespeitado pela presidente, que não teve limites nas suas ações.

 O governo Dilma se valeu de crimes para chegar ao poder, para exercer o poder, e se valeu de crimes de responsabilidade para se manter no poder. (...) Basta ver a questão da Petrobras, que é o maior escândalo de corrupção do planeta. Votar contra o impeachment é concordar com os crimes."

Contra (Foto: Arte/G1)
Ivan Valente (PSOL-SP) - "Nós repudiamos a política econômica que é tocada por esse governo, que tem tirado direito dos trabalhadores. (...) Mas nós procuramos coerência e verdade. Queremos argumentos políticos. E neste momento eu queria colocar o seguinte: qualquer governo que suceda Dilma Rousseff, os que estão previstos aí, Michel Temer ou uma nova eleição que ganhe Aécio, tem um programa mais liberal, que retirará mais direitos e quem vai pagar a conta da crise é o povo trabalhador. (...) O que está na cabeça das pessoas é que existe muita corrupção, que alguma coisa precisa mudar, mas não sabe como."
 
 
 
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