Imagem
de micrografia eletrônica de transmissão colorida digitalmente mostra o
vírus da zika; na imagem colorida digitalmente, o vírus é representado
pelos pontos vermelhos (Foto: CDC/Cynthia Goldsmith)
Um estudo produzido pelos Centros de Controle e Prevenção de Doenças
(CDC, na sigla em inglês), principal instituição de pesquisa de saúde do
governo americano, e publicado no "New England Journal of Medicine"
nesta quarta-feira (13), conclui que o vírus da zika de fato causa
microcefalia e outras anomalias cerebrais graves.
É o primeiro estudo em publicação de grande relevância que afirma categoricamente que existe essa relação.
Até então, mesmo a Organização Mundial da Saúde (OMS) vinha adotando um tom mais cauteloso, indicando apenas haver fortes evidências da relação, sem considerá-la totalmente comprovada.
A pesquisa divulgada nesta quarta não apresenta novas evidências além
das já conhecidas, mas chega à conclusão da relação de causa usando os
dados que já havia disponíveis e submetendo-os a uma metodologia de sete
itens chamada "Critérios de Shepard". A relação de zika e microcefalia
preenche totalmente cinco dos critérios e parcialmente um deles. O único
que não confere é o que prevê testes em que animais tenham gerado fetos
com problemas.
O estudo explica que na epidemiologia dificilmente uma relação de causa
como essa é comprovada por um exemplo específico e definitivo, por isso
é preciso chegar a essa conclusão analisando diversas linhas de
evidências.
Os autores também defendem que admitir que o vírus da zika é causador
de microcefalia pode ajudar na compreensão do público e em sua adesão a
estratégias de prevenção da doença.