A assessoria do ministro da Integração Nacional, Gilberto Occhi,
informou que ele entregou nesta quarta-feira (13) sua carta de demissão
do cargo à presidente Dilma Rousseff. Procurada pelo G1, a Secretaria de Imprensa da Presidência da República disse não ter informações sobre o assunto.
Occhi decidiu deixar a pasta após a bancada do PP na Câmara, partido ao qual é filiado, decidir que votará a favor da continuidade do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.
O PP vinha demonstrando racha na bancada nas últimas semanas quanto ao
processo de impeachment e a cúpula do partido negociava cargos com o
governo em troca de apoio. O Planalto chegou a cogitar entregar o Ministério da Saúde à legenda, umas das pastas mais cobiçadas por causa do alto orçamento.
No entanto, parcela dos deputados pressionava fortemente por um
rompimento. Atualmente, o partido conta com 47 parlamentares em
exercício na Câmara.
Após a decisão da bancada do PP, o presidente da sigla, senador Ciro Nogueira
(PP-PI), anunciou que o partido deixou a base de sustentação da petista
e que iria entregar todos os cargos que detém no governo federal.
Perfil
Funcionário de carreira da Caixa Econômica Federal, Gilberto Occhi foi vice-presidente do banco público e entrou para o primeiro escalão do governo em 2014, quando substituiu, em março daquele ano, o então ministro das Cidades Aguinaldo Ribeiro, do mesmo partido – no segundo mandato de Dilma, o PP passou a comandar a Integração Nacional e o PSD, a pasta das Cidades.
Occhi é formado em direito e tem pós-graduação nas áreas de finanças e
mercado financeiro, gestão empresarial e comércio exterior. Antes de
entrar para a Caixa Econômica, ele atuou no setor privado nas funções
de analista contábil, analista cadastral, supervisor contábil e na áreas
administrativa.
Veja íntegra da nota divulgada pelo PP nesta terça:
O
Partido Progressista decidiu, por ampla maioria dos deputados federais,
retirar o apoio ao governo da presidente Dilma Rousseff.
O
presidente do partido, senador Ciro Nogueira, declarou que, apesar de
ser contrário ao rompimento e favorável à permanência da Presidente, o
movimento foi democrático e, dessa forma, restou à Direção Nacional
acatar a decisão da maioria. Dos 42 presentes à reunião, a maioria
absoluta dos parlamentares foi favorável à saída da base de apoio. O PP
também anuncia que entregará os cargos que ocupa no governo.