O presidente nacional do PT, Rui Falcão, publicou um texto nesta segunda-feira, na página do PT, no qual defende a adoção de um novo programa econômico e social pelo governo caso a Câmara rejeite o pedido de abertura de processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff.

“Um novo programa econômico-social, com foco no emprego, na distribuição de renda, no investimento em infraestrutura, na melhoria dos serviços públicos e na reforma tributária — eis o que o nosso governo deveria apresentar ao País, logo após o pós-impeachment, ou seja, depois de vencermos o golpe em andamento no Congresso”, diz o presidente do PT.

Falcão fala em uma nova “Carta ao Povo Brasileiro” mas no sentido contrário à original. Se em 2002, quando Lula caminhava para ser eleito presidente e lançou a “Carta” como forma de romper a resistência de setores do mercado e do empresariado, o novo documento iria no sentido inverso, de reconectar o partido com suas bases populares.

“Já se fala na mídia de uma nova 'carta ao povo brasileiro', mas seria esta, se for o caso, com medidas a favor da maioria da população, a quem não cabe pagar por uma crise que não é dela”, diz Falcão.
O texto reforça a pressão para que Dilma dê uma guinada na economia caso sobreviva ao impeachment. Em fevereiro o PT lançou o documento “O futuro está na retomada das mudanças”, no qual pede o retorno à política econômica dos governos Lula. Nas últimas semanas, o próprio ex-presidente tem demonstrado publicamente descontentamento com os rumos da economia.

“Se alguém tem que estar incomodado com a Dilma, somos nós, que não gostamos do pacote de reformas (econômicas) que ela apresentou no fim do ano passado. Queremos ajudar a Dilma a mudar. Não queremos ajuste, corte, corte, corte, não somos tesoura, queremos crescimento”, disse Lula, na sexta-feira (8), em encontro com estudantes e profissionais da educação.

G1