O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou nesta
quarta-feira (13) que não pode fazer previsões sobre a possibilidade de o
processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff
chegar ao Senado. Perguntado sobre o tempo que a Casa levaria para
apreciar o pedido de afastamento de Dilma, Renan afirmou que "não é
cartomante" e que precisará aguardar os fatos para fazer uma previsão.
A comissão especial do impeachment na Câmara aprovou na nesta segunda-feira (11) relatório que defende a abertura do processo de
impedimento de Dilma. O parecer vai a votação no plenário da Casa no
próximo domingo (17) e, caso seja aprovado com no mínimo 342 votos de
deputados, segue para o Senado – onde não há prazo definido em lei para a
instalação de comissão especial que discutirá o processo.
"Eu não sou cartomante ou quiromante para fazer previsões. Preciso
aguardar os fatos para decidir o que fazer, ou não decidir o que fazer.
De modo que, a única coisa que eu posso garantir, e o país sabe que é
exatamente o que vai acontecer, é que eu conduzirei o Senado com
isenção, com responsabilidade, com independência. E seguiremos o
calendário já adotado em circunstâncias iguais."
Questionado sobre as pressões das manifestações nas ruas e de outros senadores para acelerar o trâmite do processo, Renan disse que agirá em defesa do equilíbrio. “Aconteça o que acontecer, nós vamos agir sempre da mesma forma, em defesa do equilíbrio. Não vai o Senado ter um presidente que vai desequilibrar o processo.”
Posição dos partidos
Renan chamou de “forçação de barra" o fato dos partidos fecharem questão para definir o voto do impeachment no domingo – o que gera punição para os deputados que votarem contra a posição da legenda.
"Eu não estou acompanhando esse processo de bastidores. Eu acho até que
esse fechamento da questão nos partidos, é uma forçação de barra porque
o que nós vamos ter é um julgamento de impeachment. Mais do que uma
questão partidária, é sobretudo uma questão de consciência", disse o
presidente do Senado.
Na terça-feira (12), deputados da bancada do PP e do PRB, anunciaram a intenção de votar no plenário a favor do impeachment de Dilma Rousseff. O líder do PSD na Câmara, Rogério Rosso (DF), afirmou nesta quarta-feira (13) que a "ampla maioria" dos deputados da bancada é a favor do impeachment.
Já o líder do PDT na Câmara, Weverton Rocha (MA), anunciou nesta quarta-feira (13) que o partido fechou questão para que a bancada vote contra o impeachment.
Após o anuncio do partido, o deputado Sergio Vidigal (PDT-ES) afirmou
em nota que sua posição não é a mesma da bancada, e pretende vota a
favorável ao impeachment.